sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Intervalo grande

Fui à chuva para lá e à chuva vim para cá. Chove em Lisboa, uma chuvinha fininha capaz de molhar até os espertos. As cigarras junto às árvores que se encontram no mesmo recinto que o poeta, não cantavam, as cigarras junto às árvores que compõem a rua mais bonita de Lisboa, não cantavam, já as cigarras junto ao muro de pedra, aquelas que acompanham a planta à janela, pois que sim senhores, cantavam. Notei mais audíveis os passarinhos, pela mudez das cigarras mudas.
Não li. Sequer levei o livro. Os meus intervalos grandes continuam mais pequenos. Menos grandes, quero eu dizer. Nunca mais vivi o intervalo pequeno. Não sou tão capaz disso como a chuvinha d' hoje foi capaz de me molhar. Aconteceu porém que mudei o percurso um pouco apenas, e também junto aos bonecos montados nas bicicletas não havia cigarras a cantar cantigas a um tom.

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