quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Ovos

Já não tenho produtor especial de ovos. Não digo produção de primeira mão, porquanto os ovos não saíam do senhor que mos entregava, se bem que as galinhas não tenham mão, mas pronto. Não tenho então os 'meus' ovos daqueles amarelinhos e verdadeiramente frescos, fresquinhos. Quero dizer: frescos e fresquinhos, excetuando aqueles que eu encontrava podres, mal-cheirosos, liquidificados. O senhor - a quem vou chamar Óscar - contou-me o porquê: aquilo são galinhas criadas à vontade, que portanto cirandam sem reservas e põem os ovos onde querem, ocorrendo, então e por vezes, o Óscar não cirandar por onde tinha cirandado alguma galinha poedeira, deslizando daí outra ocorrência que consiste no intervalo por entre o pôr da galinha e o retirar do Óscar ser over-coiso.

E, ainda assim tipo mais ou menos a propósito de ovos, há pouco vi, na montra de uma loja de antiguidades, uma espécie de prato com pega e com seis concavidades na disposição de albergarem meia dúzia de ovos. Albergarem, não, que ali o albergue chega-lhes pela metade, imaginem um meio buraco... Ah, ok, um meio buraco é coisa que não existe. Bom, vou mas é bazar e acabou a conversa. Não vou nem acabou nada. A loja estava em hora de almoço, ninguém visível lá dentro, mas amanhã conto passar pela mesma rua um bocado mais tarde, o que traz esperança de encontrar as pessoas já comidas e aparecidas, e assim eu possa comprar o prato redondo com uma pega e seis buracos.

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